Se enviarem cerveja, nós prometemos parar... (ou então não)

sexta-feira, novembro 19, 2004

Espaço publicitário

Hoje, quando voltava ao quartel-general serrano, vi algo que me deixou a pensar. À minha frente, na IP5, ia uma carrinha de uma qualquer marca de tintas. O mais esquisito mesmo era o slogan, bem à vista numa das portas traseiras: "O seu pincel merece o melhor!"
Fiquei a pensar no que é que eles quereriam dizer com aquilo...
Isto também serviu para começar a pensar um bocado nos spots publicitários que às vezes vemos na TV. É que há coisas bem esquisitas. Alguém me explica aquele do: "Olá! Eu sou a tua menstruação!" Qualquer dia aparece um spot parecido, dirigido a um público um pouco mais velho; até parece que já estou a ver a cena- lar da 3ª idade, domingo à tarde, entra uma senhora vestida de amarelo que se dirige a um idoso que joga dominó numa das mesas: "Olá! Eu sou a sua incontinência urinária!"
Melhor ainda: "Hoje vou sair à noite. Noite, bares; bares, copos; copos, bezana; bezana, maluqueira; maluqueira, sexo; sexo, put##; put##, dinheiro; dinheiro, WORTEN!!!"
Ah, e agora tá a chegar o Natal. Pais, comecem a abrir os cordões à bolsa. O filho: "Oh, pai, eu quero o Action Man Vida Nocturna. Vem com a lata de cerveja, o cartão da discoteca e um saco de vómito, para o fim da noite." A filha: "Oh, mãe, eu quero a Barbie Solteirona que traz os óculos fundo-de-garrafa e o dildo (pilhas não incluidas)."
E não são só as crianças que são atacadas por esta "febre". É que um bom spot pode vender quase qualquer coisa. Imaginem:
Música muito natalícia, vê-se a neve a cair pela janela, zoom out, rapariga de bela figura em biquini vermelho e gorro de Natal na cabeça (os olhos já ficaram aqui, a partir deste momento o cérebro entrou em piloto automático, os ouvidos captam apenas um estranho zumbido...). Entra mais uma rapariga vestida da mesma maneira (os olhos trocam-se, o cérebro entra em conflito, a boca começa a salivar...). A partir daqui podem vender-nos o que quiserem. A vontade de comprarmos aquele produto (que ainda não descobrimos o que é, ainda estamos na parte de temtar descobrir o tamanho do sotien da loura do lado esquerdo) é inversamente porporcional à distância das raparigas, quanto menor a distância, maior a vontade de comprar. Senhoras, não se admirem se encontrarem, um destes dias, os vossos maridos em casa, de telefone na mão, a salivarem abundantemente, de olhos colados à televisão.
"O que é que estás a fazer?"
"Estou... ahn... a encomendar este... ahn... produto."
"Oh, claro. Há já muito tempo que andavamos a precisar da lagarta suplente dum tanque de guerra iraquiano!"